quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

... O esboço



… Antes de entrarmos no escritório ele beijou me e pediu me para não o provocar havia muito trabalho a ser feito naquele dia, não nos podíamos distrair. Nem saímos para almoçar. Dona L. trouxe nos o almoço, almoçamos rapidamente sem largar os papeis, as vezes eu olhava discretamente para ele … o jeito de ele franzir a testa quando lia um processo… ou quando ele apertava os lábios… ou quando ele passava as mãos pelo seu cabelo eram suficientes para me pôr o coração aos saltos… as vezes ele surpreendia-me a olhar para ele e eu disfarçava, outras vezes era ele que me observava …. conseguimos chegar ao fim do dia sem nos tocarmos. Na hora de sair ele disse que tinha uma surpresa para mim…. saímos rapidamente… entramos no carro… e não me disse onde íamos … eu estava em pulgas e já me ria por dentro tudo o que viesse dele só podia ser bom… chegamos perto de um edifício antigo mas bonito… subimos um elevador também antigo com grades, viam se a pessoas que iam dentro… naquela hora íamos sozinhos… meu coração ia batendo cada vez mais forte… o que estaria ele a tramar… chegamos ao ultimo piso que era o quinto, subimos mais umas escadas … ele abriu uma porta … entramos num espaço que parecia ser umas àguas furtadas… havia uma cama de ferro… já não vi mais nada… beijamos … devora mo nos… ama mo nos com tanta sofreguidão e tanta urgência … que nem chegamos a utilizar a cama… já mais calma… enrosquei me num lençol e comecei a verificar melhor o espaço… só tinha uma cama e uma cómoda… o anterior inquilino devia ser algum estudante de pintura… existiam alguns esboços de corpos nus na parede… havia um cavalete com algumas folhas ainda por usar… o P. sentou se todo nu a frente do cavalete e disse me para eu fazer pose e destapar mais o corpo ... ia me desenhar… não o levei a sério e só me dava vontade de rir… mas ele começou a ficar muito sério… e lá me convenci que me ia mesmo desenhar… ele apontava o lápis na minha direcção, com um ar muito profissional… mas apesar de toda esta concentração os lábios dele tremiam ligeiramente… sempre que eu me queria aproximar para ver o que ele estava a desenhar … ele dizia para não me mexer … comecei a queixar me do cansaço… por fim ele pára… olha satisfeito para a sua obra… põe se de pé… chama-me para eu ver… olho para o papel só vejo rodinhas e riscos ondulados… olho para ele furiosa e ainda me diz a rir que é arte abstracta digna de um Picasso … dei lhe um beliscão… arrancou me o lençol… pegou em mim ao colo… atirou me para cima da cama e disse “ agora vou te desenhar da melhor maneira que sei” e as suas mãos e a sua boca percorreram todo o meu corpo da cabeça aos pés com tanta precisão e tanta sabedoria que me enlouqueceu de prazer…









5 comentários:

Anónimo disse...

Mas que loucura de encontro...que inveja!Que loucura de homem.

Rafeiro Perfumado disse...

Se aquilo é um esboço, nem quero imaginar o original! ;)

Unknown disse...

Apetece dizer: Esboça-me...

S. disse...

Um fim de tarde perfeito.
Beijos

VERTIGO disse...

Quem sabe, sabe e faz ao vivo.

Beijos!!!