quinta-feira, 15 de abril de 2010

... A revelação



…Dirigimos nos à casa de banho lentamente … ainda atordoados… estes momentos mesmo breves eram de uma intensidade avassaladora… tomamos banho rapidamente sem beijos e carícias…não convinha molhar novamente as ligaduras… já era tarde mas continuávamos agitados e sem sono… mas com fome … preparamos chá e torradas e fomos para a sala comer e ouvir musica… o P descobriu discos antigos dos anos 60 supostamente da mãe … enquanto ele seleccionava os discos … eu apreciava os seus movimentos… as suas expressões… pequenos pormenores que me deliciavam… aquele cabelo negro um pouco longo já… no qual eu adorava passar os meus dedos… aquele olhar escuro … profundo … penetrante que me punha as pernas a tremer… aqueles lábios que nunca me cansava de beijar… o pescoço… adorava quando ele engolia em seco … as mãos… grandes … tão sábias no seu jeito de percorrerem o meu corpo … ele interrompeu os meus pensamentos mostrando me um disco de Gigliola Cinquetti chamou lhe atenção porque estava autografado pela cantora com dedicatória a mãe dele… pôs o disco a girar … não percebi quase nada do que ela dizia mas a melodia era suficiente para entender … ficamos quietos … sem emitir uma única palavra … aquela canção estava a provocar nos emoções muito fortes… o meu coração começou a bater com muita intensidade … quando o disco acabou ficamos um pouco em silencio… ele pôs o disco a tocar novamente… levantou me para dançar e foi me traduzindo a canção baixinho ao ouvido enquanto os nossos corpos se moviam lentamente … naquele momento tive a certeza de… céus como amava aquele homem… senti as lágrimas a correrem pelo meu rosto… porque doía assim tanto? porquê? não tive tempo para questionar mais nada senti a sua boca a roçar a minha com ternura… sorveu as minhas lágrimas… os nossos robes caíram no chão… fizemos amor na carpete do chão da sala... com suavidade… lentamente prolongando o momento… acabamos por adormecer abraçados… ao fim de algumas horas acordamos com frio e com dores no pescoço… subimos para o quarto ensonados e voltamos adormecer… mais tarde acordamos sobressaltados com um barulho enorme... parecia que estavam a pôr a porta abaixo… estávamos nus … os robes tinham ficado na sala… descemos a correr vestimos os robes e fomos abrir a porta esbaforidos e confusos… deparamos com um homem ainda mais confuso que nós… mas o P conheceu o era um trabalhador da produção da empresa tinha instruções para nos entregar caixas de cartão... já há muito que estava a tocar à campainha ... como ninguém respondia decidiu esmurrar a porta… descarregou as caixas e só depois de ele ir embora é que nos apercebemos da hora … 11 horas … estava na hora de preparamos o almoço …

4 comentários:

F.A disse...

Muita verecidade nas palavras, grande descrição de promenores, belo momento.
Adoro ler-t, não há igual....

Venus in red disse...

O amor ás vezes sente-se devagarinho... aqui, ali... nas pequenas coisas...

Desfruta!



Basium

µrsiŋђα Ѽ  disse...

Lindo e intenso. Sentimentos fortes
Bjs
ursinha

Anónimo disse...

Bom blog o teu. Não o conhecia...
Beijos