terça-feira, 11 de janeiro de 2011

... O Diário


Ficamos a observar o espólio a ser levado pelos empregados do leiloeiro ... aquela casa ia ficando cada vez mais vazia, a imobiliária já tinha plantado no jardim a placa “À VENDA” , nada disto parecia incomodar o P, em breve nada restaria da união por "conveniência" dos pais dele, com a morte da mãe tudo começou a esfumar se… quando o camião do leiloeiro partiu comecei a caminhar pela casa, só o quarto do P ficou intacto, essa mobília mais alguns pertences iriam ficar na quinta do M seu meio irmão em Reins, os poucos haveres que ficaram seriam distribuídos pela vizinhança que estivesse interessada... ele disse que ficaria na casa até ela ser vendida ou até chegar o dia de ele partir para Itália… certamente já não precisariam de mim ... possivelmente teria de regressar ao meu antigo trabalho no 8º piso. Entretanto passei pelo quarto da mãe do P. lembrei me da arca... aquela arca tinha segredos eu sentia … abri-a… voltei a tirar o vestido de noiva, também tinha um vestido de baptizado… alguns panos bordados à mão muito antigos em linho, possivelmente relíquias das avós… e um diário… o meu coração pulou… era aquele diário que chamava por mim… abri o … era da mãe do P… que curiosidade de saber quem era aquela mulher… ela sabia que o marido amava outra pessoa mas mesmo assim continuou a viver com ele… a vontade de devorar aquele diário, de o dissecar era enorme, mas por outro lado achei que estava a invadir a sua privacidade... ela estava morta nada do que eu fosse desvendar a poderia prejudicar… eu sei guardar segredos nunca iria tornar publico algo que prejudicasse a sua memoria... até podia nem haver segredos... mas será que eu tinha esse direito? absorta neste conflito de vontades... não senti o P aproximar se... deu me um beijo no pescoço e arrancou me o diário da mão... ele desconhecia a sua existência ... desfolhou o rapidamente... notava se um certo constrangimento... pelas datas foi escrito quando o P ainda era pequeno... voltou a entregar mo… perguntei se não tinha curiosidade … respondeu que não … mas eu sim, era mais forte que eu , quase uma necessidade... só precisava de um consentimento, aliás aquela arca teria de ir para algum sitio era importante saber o que continha aquele diário, não se sabe quem mais poderia lê-lo… senti -me menos culpada e sentei me no chão para o ler… mas o P nem me deixou abrir a primeira pagina… lembrou que estava na hora do banho e de preparar o jantar… suspirei … mas reconheci que já era tarde… depois do jantar corri para o quarto a tremer de excitação como uma criança a quem dão um brinquedo novo... já tinha lido algumas paginas quando o P se deitou ao meu lado mas não lhe liguei… ele encostou se a mim… senti a sua respiração quente no meu corpo, mas continuei a ler… passou me um dedo lentamente pelo braço… soltou a alça da camisa de noite… e continuou a passar o dedo lentamente pela minha pele… depois passou a língua… meu corpo ia reagindo mas a mente divagava naquele diário… a mão dele pousou na minha anca e foi descendo... passeou lentamente na minha coxa … apertou me entre pernas… gemi de prazer… já não havia condições para continuar a ler… deixei cair o diário… ele deitou se em cima de mim… olhou me nos olhos… beijou me lentamente… e lentamente a sua língua percorreu cada milímetro do meu corpo… como se tivéssemos todo tempo do mundo… foi uma viagem longa da cabeça até aos pés… depois virou me de barriga para baixo e voltou a fazer o percurso pacientemente… deleitando se com os meus espasmos… e meus gemidos… a sua língua imparável mas habilmente lenta, proporcionava me um prazer indescritível… fiz questão de lhe proporcionar igual prazer … explorei todo o seu corpo com a mesma lentidão... ele estremecia ao toque leve da minha língua, ou dos meus lábios... o prazer que lhe estava a proporcionar aumentava a minha excitação e tesão... abocalhei o seu membro rigo e irrequieto... e enquanto o acariciava... lambia... e sugava suavemente ia me masturbando em simultâneo... ele jorrou... e a sua seiva escorreu pelo meu corpo... estava quente... ele encostou se a mim por trás, juntou a sua mão à minha ... imitou os meus gestos participando na minha masturbação... o seu corpo colado ao meu e o som da sua voz facilmente me levaram ao delírio... gostoso delírio...

5 comentários:

Filipe Simplesmente disse...

Gosto delírio? ou fantástico delírio?

Venus in red disse...

Certamente irresistivel, essa tua curiosidade...
Um diário, actualmente em completo desuso, é um mistério que apetece desvendar...

Intimista e sensual... like always!






Basium

Anónimo disse...

Felina

Fantástica descrição como sempre.
Adoro ler-te e perder-me nas tuas palavras. Entrar no teu mundo é simplesmente fascinante.

Maravilhoso esse mistério do diário.
Espero que tenha continuação em breve...

:)

Beijos Meus

Patife disse...

Tenho duas palavrinhas para ti: U... AU. ;)

Sublime texto.

BA BOCAGE disse...

espetracular...
Um beijo em ti