… Saí dali sem rumo certo … todo o meu corpo tremia… sentia uma carga energética dentro de mim que precisava de ser consumida… e caminhei… caminhei sem destino… com passo zangado… pensamentos furiosos… por momentos dei por mim a falar sozinha em voz alta… não sei quanto tempo caminhei … só parei quando fui vencida pelo cansaço e pela fome… já me sentia mais calma… olhei em redor para me localizar… estava parada em frente ao aubergue onde estive com ele … o meu coração disparou… o meu pensamento foi povoado por belos momentos vividos com este homem… foram muitos e sempre tão intensos… já estava com saudades de sentir os seus braços à minha volta… de sentir a sua boca roçando na minha… o seu cheiro … o seu olhar que me despia… este homem punha me louca… uma dor no estômago lembrou me que precisava comer qualquer coisa … parei numa esplanada … uma voz familiar chamou por mim… era Madame Janine, a dona do quarto do pintor… mais recordações que me emocionaram… mas foi bom encontrar la... sempre bem disposta... conversa agradável… tinha historias divertidas da sua juventude… com homens claro… quando me despedi dela fiquei com vontade de ver o P … mas achei que não era boa altura para regressar ao trabalho … eu tinha o rejeitado de manhã … era melhor dar um tempo … no dia seguinte regressei ao trabalho… ia um pouco apreensiva não sabia que reacção ele ia ter… o escritório estava vazio… os processos que ele atirou pelo ar continuavam pelo chão… comecei a pôr os processos em ordem … fiquei sem saber o que fazer com as sucessivas chamadas telefónicas que esperavam por uma resposta dele… tive de recorrer ao meu antigo chefe do piso 8… gelei quando ele me informou que o P teve de ir ao hospital no dia anterior… tinha uma fractura na mão… ele não podia conduzir… fiquei confusa … que teria acontecido… já não ouvia mais nada… desliguei o telefone sem pensar bem no que estava que fazer… assustei me quando o telefone voltou a tocar… era o meu chefe do piso 8 a reclamar porque desliguei o telefone… e lá me foi dando as instruções que eu precisava… foi difícil me concentrar no trabalho… imaginei o só naquela imensa casa… sem comer… certamente com dores… reparei que as chaves do carro dele estavam em cima da secretária… queria dizer que o carro dele estaria lá em baixo… uma onda de alegria me invadiu… comecei a trabalhar com outro animo… quando chegou a hora do almoço… peguei nas chaves do carro dele… fui comprar o almoço para ele e para mim… e arranquei direcção à casa dele… foi com tremor e com o coração aos saltos que toquei à campainha … ninguém atendeu… premi mais uma vez o botão mas desta vez não despeguei o dedo… ouvi o a barafustar do outro lado da porta … sorri de alivio… abriu a porta e parou estupefacto … ele tentava falar mas as palavras não saíam… os meus olhos ficaram húmidos perante a visão daquele rosto em sofrimento e em desespero… entrei … ele continuava desorientado… fechei a porta… aproximei a minha boca à dele e beijei o com doçura … senti um gosto salgado … eram as suas lágrimas … que se juntaram às minhas…
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
... Emoções
… Saí dali sem rumo certo … todo o meu corpo tremia… sentia uma carga energética dentro de mim que precisava de ser consumida… e caminhei… caminhei sem destino… com passo zangado… pensamentos furiosos… por momentos dei por mim a falar sozinha em voz alta… não sei quanto tempo caminhei … só parei quando fui vencida pelo cansaço e pela fome… já me sentia mais calma… olhei em redor para me localizar… estava parada em frente ao aubergue onde estive com ele … o meu coração disparou… o meu pensamento foi povoado por belos momentos vividos com este homem… foram muitos e sempre tão intensos… já estava com saudades de sentir os seus braços à minha volta… de sentir a sua boca roçando na minha… o seu cheiro … o seu olhar que me despia… este homem punha me louca… uma dor no estômago lembrou me que precisava comer qualquer coisa … parei numa esplanada … uma voz familiar chamou por mim… era Madame Janine, a dona do quarto do pintor… mais recordações que me emocionaram… mas foi bom encontrar la... sempre bem disposta... conversa agradável… tinha historias divertidas da sua juventude… com homens claro… quando me despedi dela fiquei com vontade de ver o P … mas achei que não era boa altura para regressar ao trabalho … eu tinha o rejeitado de manhã … era melhor dar um tempo … no dia seguinte regressei ao trabalho… ia um pouco apreensiva não sabia que reacção ele ia ter… o escritório estava vazio… os processos que ele atirou pelo ar continuavam pelo chão… comecei a pôr os processos em ordem … fiquei sem saber o que fazer com as sucessivas chamadas telefónicas que esperavam por uma resposta dele… tive de recorrer ao meu antigo chefe do piso 8… gelei quando ele me informou que o P teve de ir ao hospital no dia anterior… tinha uma fractura na mão… ele não podia conduzir… fiquei confusa … que teria acontecido… já não ouvia mais nada… desliguei o telefone sem pensar bem no que estava que fazer… assustei me quando o telefone voltou a tocar… era o meu chefe do piso 8 a reclamar porque desliguei o telefone… e lá me foi dando as instruções que eu precisava… foi difícil me concentrar no trabalho… imaginei o só naquela imensa casa… sem comer… certamente com dores… reparei que as chaves do carro dele estavam em cima da secretária… queria dizer que o carro dele estaria lá em baixo… uma onda de alegria me invadiu… comecei a trabalhar com outro animo… quando chegou a hora do almoço… peguei nas chaves do carro dele… fui comprar o almoço para ele e para mim… e arranquei direcção à casa dele… foi com tremor e com o coração aos saltos que toquei à campainha … ninguém atendeu… premi mais uma vez o botão mas desta vez não despeguei o dedo… ouvi o a barafustar do outro lado da porta … sorri de alivio… abriu a porta e parou estupefacto … ele tentava falar mas as palavras não saíam… os meus olhos ficaram húmidos perante a visão daquele rosto em sofrimento e em desespero… entrei … ele continuava desorientado… fechei a porta… aproximei a minha boca à dele e beijei o com doçura … senti um gosto salgado … eram as suas lágrimas … que se juntaram às minhas…
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
... Raiva
… Nos restantes dias da semana não voltamos a tomar banho juntos… nem fizemos mais amor… no escritório o trabalho era muito, não havia pausas … o P andava frenético … imparável … nem se lembrava das horas do almoço nem das horas de saída… só relaxava na hora do jantar… sempre tardia… ele fazia questão de ser ele a cozinhar … eu ficava preguiçosamente a apreciar os seus gestos … a mestria com que ele cortava os legumes… a comida preferida dele só podia ser italiana… ele também não sabia cozinhar mais nada … mas fiquei a gostar… não me cansava de admirar o seu rosto… a sua boca… aquelas mãos… mas estava decidida a não o provocar… passávamos o serão a ver fotos de família … entretanto chegou o fim de semana o P tinha de voltar a Reims para trazer o pai de volta … não me apeteceu ir com ele… queria estar com a minha amiga E … dançar um pouco… estava a precisar de extravasar… de rir muito e consegui me divertir imenso mas claro que tive de me sujeitar ao interrogatório da E… “quem é P ?” …”como o conheceste ?” … “vais para Itália com ele ?” tive de omitir alguns pormenores, mas estava mesmo a precisar de falar um pouco com ela para me sentir mais leve… Na segunda feira a seguir entrei no escritório leve … solta… sorridente… estranhei a Dona L ainda não estar … o P já estava a trabalhar… a barba por fazer… estremeci … ficava lhe bem… sobressaía-lhe os lábios… humedeci os meus … estava com uma vontade enorme de me atirar nos seus braços… mas ele nem me olhou e estava com ar zangado… deve ter corrido mal o fim de semana… iniciamos o trabalho… ele estava demasiado tenso… um pouco rouco… lembrei me das correcções que o Sr administrador fez a certos processos e informei o … olhou para mim e explodiu… estava possesso… nunca o tinha visto tão zangado … nem quando a mãe faleceu… descarregou em mim toda a raiva acumulada porque tinha percebido o estratagema do pai para o convencer a ficar a gerir a empresa… sentia se encurralado entre a vontade de seguir o seu sonho e o amor que sentia pelo pai preocupado com o futuro da empresa… três filhos e todos eles viraram as costas à empresa… mas eu não tinha culpa de nada e não estava disposta a ouvir os desabafos dele daquela maneira… não daquela maneira… atirou os processos que pousei em cima da secretaria pelo ar… virei costas… fui ao meu gabinete … peguei nas minhas coisas com intenção de sair dali rapidamente, eu tremia de raiva não estava em condições de trabalhar … pelo menos naquele dia … quando ele se apercebeu que eu ia embora barrou me a passagem… desviei me mas ele não desistiu prendeu me contra a parede… senti me esmagada … tentou me beijar a força… desviei a boca… estava demasiado zangada para que a sua proximidade exercesse o efeito habitual em mim… aquela barba que momentos antes achei atractiva ... picava-me o rosto... debati me para me soltar ... estava a ser difícil … ele não desistia… eu não estava disposta a ceder… a força dele era superior à minha… tive de mudar de procedimento… sem intenção ele já me estava a magoar… e eu estava com vontade de o esbofetear … de lhe atirar com qualquer coisa a cabeça mas … parei de lutar… fiquei estática… ele beijou me ferozmente… não correspondi… a suas mãos percorriam o meu corpo com alguma pressão… eu continuava fria … sem um estremecimento… sem um sinal de calor… sentia me um corpo morto… finalmente ele percebeu… parou incrédulo… olhar confuso… pediu desculpa… não lhe respondi… virei costas e fui embora… quando cheguei ao elevador… relaxei … o meu corpo começou a tremer e as lágrimas rolaram descontroladamente pelo meu rosto... eu queria ser amada com paixão ... não com raiva...
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