
…. Tentei me lembrar do que se tinha passado na noite anterior mas em vão, só serviu para aumentar a dor de cabeça, nunca gostei de beber demais, sempre quis ter o controlo da situação, ter a consciência do que fazia e este vazio incomodava – me, apesar de a minha amiga E. me ter garantido que não fiz nada que me pudesse arrepender, só que ela não parava de rir. Fiquei o domingo todo de ressaca. Segunda feira cheguei ao piso 12 com o coração acelerado e o corpo todo a tremer, ter visto o P. com outra mulher provocou um vendaval dentro de mim, não sabia como olhar para ele e quanto mais eu me aproximava do escritório mais eu tremia, até a voz tremeu ao dar bom dia a Dona L. que me cumprimentou com a sua habitual simpatia e foi me informando que o P. não vinha de manhã mas deixou instruções de trabalho. Se por um lado senti me aliviada por não ter de o encarar… por outro lado… fiquei triste a pensar que… eles estavam juntos… possivelmente até… dormiram juntos… as lágrimas caíram descontroladamente… mas porquê?... porque razão eu fiquei assim? Não nos conhecemos a não ser fisicamente… não fizemos juras de amor… simplesmente fizemos sexo… intenso… divino… completo…. mas só sexo… fechei os olhos e veio me à memória os seus beijos… o seu toque… o seu cheiro… comecei a deseja-lo e imaginei-o a acariciar-me… a minha mão deslizou pelas minhas coxas… e foi subindo… acariciei me… beijei os meus dedos como se fossem os seus lábios… as lágrimas continuavam a rolar pela minha face… intensifiquei as minhas caricias e gemi baixinho num misto de prazer e dor…